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Vinhos

Castas tintas portuguesas – o que as torna tão únicas e distintas?

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Castas Portuguesas Singulares e Únicas

São quase incontáveis as castas tintas utilizadas na produção de vinhos tintos portugueses. As mães portuguesas que dão à luz as melhores uvas com o mote de criar filhos únicos e singulares são vastamente exploradas pelo território português. Cada região e solo que as alimenta produz um tipo distinto de sabor que se consolidará no néctar remanescente. De acordo com o Instituto da Vinha e do Vinho atualmente são conhecidos mais de 145 tipos de castas tintas em Portugal.

Neste artigo ganham destaque as mais conceituadas e renomadas na criação de vinhos 100% portugueses.

Antes de partirmos para a exploração das castas portuguesas mais utilizadas na produção de vinho tinto convém mencionar que existem outras variáveis externas que acarretam um profundo impacto no paladar final de cada néctar. Nessas condições existem fatores essenciais para a criação de um vinho singular e único:

  • Solo e subsolo
  • Localização e altitude
  • Clima da região
  • Trabalho de viticultura
  • Processo de produção do vinho
  • Ano da colheita (que diretamente se encontra relacionado com os fatores climáticos)

As castas portuguesas são ainda, atualmente, uma alternativa de nicho num mercado de vinhos bastante competitivo a nível mundial. Contudo, a crescente popularidade dos vinhos feitos em Portugal (além da opção dos blends) fez com que novas variedades portuguesas conquistassem uma “quota de mercado” global de 3%, ganhando uma maior expressão na África do Sul. Abaixo, com destaque nas variadas castas tintas, ficam indexadas seis das principais produtoras de vinho pelo país.

AS PRINCIPAIS CASTAS TINTAS

Castas de Vinho Tinto em Portugal

Touriga Nacional

Reconhecida mundialmente, a Touriga Nacional é a uva portuguesa com maior expressão no mercado internacional sendo que se encontra presente em 11 países além do país de origem, Portugal. Nomeada a “casta da moda” por Dirk Niepoort, a Touriga Nacional é uma casta apontada como alternativa interessante. Mais resistente às doenças, esta possui uma menor sensação de acidez, dando origem a vinhos suaves.

Uma das castas mais elogiadas em Portugal, a Touriga Nacional está disseminada pela maioria das regiões em Portugal, com maior expansão na Península de Setúbal. A Touriga Nacional dá origem vinhos aromáticos, com fortes notas de ervas e um corpo intenso.

Baga

A casta Baga é daquelas castas desenhada para dividir opiniões. Odiada por uns e amada por outros é o tipo de casta ao qual não é possível ficar indiferente. Dando origem a vinhos encorpados esta é uma das castas mais populares da zona da Bairrada, com uma área de plantação de cerca de 90%. Também conhecida como Poeirinho, Tinta da BairradaTinta da Baga ou Baga de Louro esta é uma das castas com maior sensibilidade no mundo vitivinícola.

Para que produza os melhores dos néctares necessita de uma boa maturação – que se desenvolve com especial peculiaridade em anos mais secos – e de bastante amor para que vigore na sua força máxima. O resultado são vinhos de cor profunda, onde se destaca o sabor a fruta de bagas silvestres, ameixa preta e alguns traços a café, erva seca, tabaco e fumo. Daí a sua unicidade e pureza singular.

Castelão

Uma das castas que foi, em tempos, das mais plantada pelo país fora, a Castelão também é conhecida noutras bocas como Periquita sendo no contexto suburbano ainda cunhada de João Santarém (na região do Ribatejo) e Tinta Merousa (na região do Douro). Agora em fraca exploração pelo continente é Setúbal que lhe continua a dar maior renome.

Nas condições ideais de produção – através de vinhas velhas e maduras amplamente controladas – no final o que se destaca são os vinhos com boa capacidade de envelhecimento, forte estrutura e grande sabor a fruta ao nível do paladar. Entre os sabores, existe uma particular incidência na groselha, ameixa em calda, frutos silvestres e as ténues notas de caça mortificada.

Touriga Franca

A Touriga Franca é das castas portuguesas a mais divulgadas, tendo uma forte expansão na zona do Douro e Trás-os-Montes. Considerada uma das melhores castas para a produção de vinho do Porto e do Douro, esta casta também prospera nos terroirs da Bairrada, Ribatejo, Setúbal ou Estremadura. Resistente às várias doenças, são regulares as produções ao longo do ano, em cachos que se caracterizam pelo seu tamanho médio e bagos grandes.

Os vinhos produzidos por esta casta têm uma cor intensa e são bastante frutados. Na produção do vinho do Porto, a Touriga Franca costuma ser Tinta Roriz e a Touriga Nacional.

Trincadeira

A Trincadeira também conhecida como Tinta Amarela é uma das variedades que melhor se adaptada ao clima extremo do Alentejo, dando corpo, acidez e um carácter fresco aos tintos, virtude desejada principalmente em anos mais extremos na região. Tradicionalmente, a Trincadeira surge regularmente associada à casta Aragonez, desenvolvendo-se melhor em climas secos e muito quentes.

Os vinhos produzidos com base na casta Trincadeira são ricos em cor e aromas – com destaque para o sabor frutado e vegetal – os traços ligeiramente alcoólicos e as excelentes condições de envelhecimento.

Tinta Roriz

A Tinta Roriz é uma das castas mais cultivadas e apreciadas não só no país, mas igualmente pela Península Ibérica, tendo uma grande expansão nas principais regiões vitivinícolas do país como Trás-os-Montes, Douro, dão e Alentejo. Também conhecida como Aragonez ou Tempranillo, a Tinta Roriz é uma variedade que se adapta com facilidade a diversos climas e solos,

Os vinhos que utilizam a Tinta Roriz como casta principal originam bebidas bastante alcoólicos, mas com baixo nível de acidez.

Cada vinho tinto produzido em Portugal com base não só nas castas tintas que são o ingrediente básico – mas também com base na região, clima, solo e principalmente – apresenta uma identidade e alma únicas. A aposta na utilização das castas portuguesas sobretudo nos seus territórios nativos tem um grande grau de importância não só no seu sabor único mas também na sua exploração ao nível gastronómico. Assim, as castas que nascem e se desenvolvem numa determinada região têm uma relação direta na experiência de degustação de pratos típicos de certa região.

Assim, além da aplicação singular das castas mencionadas neste artigo e dos sabores que cada uma acrescenta ao cocktail de sabores vale a pena reforçar que a mesma casta em solos e climas diferentes origina vinhos diferenciados. Além disso, muitos vinhos têm origem não apenas numa casta singular mas sim num blend de castas que tem garantido excelentes néctares pelo país fora. Um desses exemplos é o icónico Barca Velha que junta Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinto Cão na mesma garrafa.

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